PROBLEMAS DE VEDAÇÃO? PODE NÃO SER A JUNTA!

Motor vazando, falhando ou perdendo potência. Hum, isso são indícios de problemas na junta, correto? Nem sempre. Embora sejam sintomas característicos de uma junta de cabeçote danificada, existem outros componentes que podem apresentar esses mesmos defeitos no veículo. Assim, sempre é bom avaliar cuidadosamente antes de condenar a junta.


Quando recebemos o veículo de um cliente e ele reclama de falhas no motor, alguns mecânicos logo atribuem a problemas com a junta de cabeçote. No entanto, muitos defeitos inicialmente atribuídos a uma falha ou integridade das juntas de vedação do motor podem ter suas causas reais em vários outros componentes e não é incomum serem peças que nada tem a ver com a vedação.


Todo bom profissional sabe que a junta de cabeçote, como é mais conhecida nas oficinas de reparação automotiva, pode apresentar muitos defeitos se não for montada de forma adequada, com procedimentos e ferramentas corretas. E assim os defeitos voltam a aparecer pouco tempo depois do reparo.


A junta do cabeçote do motor é parte de um conjunto de componentes que visam manter a estanqueidade entre o cabeçote e o bloco do motor, assegurando a manutenção das condições de pressão, vedação e bom funcionamento de todo o sistema. Assim, vários sistemas trabalham juntos e em condições críticas de temperatura e pressão, com gases e fluidos diversos, que não podem entrar em contato entre si, nem permitir que sejam contaminados por elementos externos.


Além de manter a vedação correta entre peças metálicas, a junta de cabeçote tem uma outra função que pode ser comparada ao fusível em sistemas alimentados por eletricidade. O fusível queima (e ele foi programado para essa função) quando existe uma sobrecarga que pode prejudicar o aparelho ou sistema em que atua.


Essa função nos motores a combustão é executada pela junta de cabeçote, pois é ela o primeiro componente a ser danificado e falhar em situações em que o motor possa sofrer danos mais sérios, como perda de capacidade de lubrificação, aumento crítico da temperatura ou falha no sistema de arrefecimento.

Todos estes casos devem ser investigados cuidadosamente pelo profissional da reparação automotiva. Um reparo baseado em um diagnóstico errado irá provocar o retorno do problema, além de danificar as novas juntas de vedação após a montagem.